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Hiperidrose

Hiperidrose

Hiperidrose ou popularmente chamada de “suor excessivo”, é uma condição que costuma afetar a autoestima de quem sofre com ela.

Diferente da transpiração, que é uma condição natural do organismo, esse suor em excesso pode estar relacionado a fatores genéticos, ou ser consequência de algum tipo de medicamento, entre outros fatores.

Em geral, a condição se apresenta somente em áreas específicas, como nas axilas, na palma das mãos, sola dos pés, couro cabeludo, abaixo das mamas, virilhas, na face e no pescoço, podendo também atingir todo o corpo, mas sua principal característica é o suor excessivo mesmo a pessoa estando em repouso. 

Acontece devido a uma hiperatividade além do necessário das glândulas sudoríparas, responsáveis pela regulação da temperatura do corpo através da produção de suor.

Apesar de não ser perigoso, todo esse suor excessivo pode dificultar o dia a dia da pessoa e até causar constrangimento. 

Quer saber mais sobre este assunto? Continue lendo abaixo!

Hiperidrose é uma doença?

Temperatura ambiente elevada, a prática de exercícios físicos, certas reações emocionais e psicológicas podem aumentar a produção de suor no corpo, sendo uma reação natural do organismo.

Por outro lado, a hiperidrose é uma doença de fundo genético, estando diretamente relacionada ao estresse e à instabilidade emocional decorrente. No entanto, embora os sintomas possam piorar com o calor ou estímulos emocionais, ela não é considerada um distúrbio psicológico. 

Ela tem como consequência o suor excessivo e constante sem motivo aparente, ao contrário do suor natural causado pelo aumento da temperatura corporal, que se dá no corpo inteiro. 

Já a hiperidrose costuma ser localizada, sendo mais comum surgir nas axilas (hiperidrose axilar), palma das mãos e sola dos pés, couro cabeludo, abaixo das mamas, virilhas, na face e no pescoço, acometendo um pouco mais as mulheres (60%) do que os homens (40%).

O que é hiperidrose?

A hiperidrose é também conhecida por sudorese excessiva ou apenas “suor excessivo”, caracterizando-se pelo suor em excesso e constante, que costuma aparecer tanto na infância e adolescência, quanto na idade adulta.

Essa produção de suor excessiva é um desequilíbrio provocado pela hiperatividade das glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção de suor e reguladas pelo sistema nervoso autônomo simpático para o controle da temperatura do organismo. 

Ela pode ser primária ou essencial, quando relacionada a características genéticas; e secundária, quando é decorrente de outras doenças, como hipertireoidismo, diabetes, obesidade e alterações hormonais e/ou emocionais.

Principais sintomas da hiperidrose 

O principal sintoma da hiperidrose, como o próprio nome já indica, é a produção excessiva de suor em estado de repouso, diferente da transpiração considerada “normal”. 

Embora já vimos que esse excesso de suor pode afetar qualquer parte do corpo provido de maior número de glândulas sudoríparas, é mais comum surgir na palma das mãos, na sola dos pés ou axilas. Já no couro cabeludo, embaixo das mamas, virilha e face são menos comuns.

Existem alguns sinais que podem ser observados para ajudar a identificar a hiperidrose, como por exemplo:

  • Suor excessivo por pelo menos uma vez por semana ou por seis meses consecutivo sem motivo aparente;
  • Excesso de suor em ambos os lados do corpo na mesma quantidade;
  • Suar em excesso em apenas uma determinada área do corpo ou em locais não muito comum, como nas mãos, no rosto, nos pés e na virilha, aparentemente sem motivo;
  • Produzir uma quantidade de suor capaz de interferir nas atividades diárias;
  • Suar bastante mesmo estando em repouso e em temperaturas mais amenas;
  • Produção de suor excessivo iniciando antes dos 25 anos de idade.


Tipos e causas da hiperidrose

A hiperidrose costuma acometer cerca de 1 a 5% da população, podendo estar relacionado a um componente genético/familiar (30% a 50% dos pacientes possuem um parente de primeiro grau com o problema).

A condição pode ser de dois tipos, de acordo com o local onde aparece e suas causas relacionadas, como por exemplo:

1. Hiperidrose primária ou essencial

É a forma mais comum da doença, sendo considerada idiopática (sem causa definida), ou seja, não é causada por fatores internos, nem externos conhecidos.

No entanto, ela também pode estar relacionada a fatores genéticos ou ser de origem emocional, com sintomas que desaparecem durante o sono, iniciando na infância ou adolescência e persistindo na vida adulta.

Além disso, por não estar relacionada a nenhuma outra doença, costuma ser focada em um determinado local do corpo, como face, couro cabeludo, axilas, sola dos pés e palma da mão. 

2. Hiperidrose secundária

Já a secundária ou generalizada também caracteriza-se pela produção excessiva de suor, porém em todo o corpo ou em alguma parte específica do corpo ou mais.

Ela é mais comum na idade adulta, não desaparece durante o sono, e pode estar relacionada a problemas de saúde e doenças, como infecções (tuberculose ou HIV), tumores, lesões da medula espinhal, diabetes, distúrbios hormonais (menopausa, hipertireoidismo), hipoglicemia, infarto, Doença de Parkinson.

A hiperidrose secundária também pode ser causada pelo uso de medicamentos que provocam o efeito colateral de aumento da produção de suor, como a nortriptilina ou a desipramina.

Caso o suor excessivo apareça acompanhado de sintomas como tontura, dor no peito, dificuldade para respirar, náusea ou febre, ou se surgir à noite sem motivo aparente, procure um médico imediatamente, pois pode indicar problemas sérios de saúde, como AVC ou câncer.

Hiperidrose nas diferentes regiões do corpo

Quando a hiperidrose é localizada, ela é mais comum aparecer nos seguintes pontos do corpo, fazendo com que o suor se concentre mais nessas áreas:

Hiperidrose axilar

Do tipo primária, bastante comum, confundida até com a transpiração normal, concentrada nas axilas, em uma ou em ambas.

Hiperidrose palmar

Tipo de hiperidrose primária, também muito comum, concentrada nas palmas das mãos. Costuma aparecer na infância e adolescência, persistindo até a fase adulta e causando muito constrangimento.

Hiperidrose plantar

Esta também é do tipo primária, bastante comum na infância, que se concentra na sola dos pés.

Hiperidrose facial

Outro tipo de primária, que se concentra na face, podendo também acometer o pescoço e o colo.

Como se faz o diagnóstico da hiperidrose?

O diagnóstico de hiperidrose é feito pelo dermatologista ou clínico geral a partir da descrição e observação dos sintomas do paciente e de uma avaliação do histórico pessoal e familiar, a fim de identificar a hipótese de hiperidrose secundária provocada por alguma doença de base.

Ele também pode pedir a realização de exames de sangue e de urina para se certificar ou eliminar a existência de outras condições como diabetes, hipoglicemia ou hipertireoidismo.

Além disso, o médico costuma realizar exames mais específicos, como o teste de amidoiodo ou o teste de papel, para identificar as áreas de maior produção de suor no corpo e a gravidade da doença.

O amidoiodo consiste em colocar uma determinada quantidade de produto em diferentes pontos do corpo do paciente por um determinado tempo. 

Ao entrar em contato com suor, há uma mudança de cor do produto, podendo observar a quantidade de suor e os pontos do corpo por onde ele sai.

Já no teste de papel espalha-se um papel absorvente em alguns pontos do corpo do paciente por um tempo, depois removido e pesado para observar a quantidade de suor eliminada naquela área.

Tratamento para hiperidrose

A hiperidrose pode ser controlada com os tratamentos indicados pelo dermatologista, de acordo com a causa da condição, principalmente no caso da hiperidrose secundária, que deve tratar a doença de base especificamente.

Geralmente, os tratamentos para hiperidrose podem ser clínicos ou cirúrgicos, dependendo da gravidade, sendo que a maioria é resolvida com procedimentos simples e tratamentos tópicos. 

Casos leves de hiperidrose primária, não sendo relacionados a nenhum problema de saúde, o tratamento é feito para controlar o suor excessivo.

Neste caso, alguns pacientes se beneficiam de produtos antitranspirantes e desodorantes para suor excessivo a base de sais de alumínio de uso prolongado para bloquear os dutos de suor e controlar a sudorese.

Outros precisam de medicamentos por via oral e de uso tópico, ou da realização de procedimentos como a aplicação de toxina botulínica (botox) ou da iontoforese, que consiste em uma leve corrente elétrica é aplicada no local.

Casos mais graves costumam exigir intervenção cirúrgica, como a lipoaspiração da axila para a retirada das glândulas sudoríparas ou de gânglios da cadeia simpática (simpatectomia) por via videoendoscópica, que inibe o nervo que provoca a produção de suor excessivo.

Cirurgia para hiperidrose

A cirurgia para controlar o suor excessivo é a Simpatectomia, feita através de um corte ou pinçamento do nervo que transmite o estímulo à glândula sudorípara para produzir o suor. 

Ela é realizada através de duas pequenas incisões, sem deixar cicatrizes e pode curar definitivamente a doença, geralmente em casos mais graves.

A Simpatectomia é mais indicada para sudorese nos membros superiores (axilas) e inferiores (pés e mãos), onde se acessa os nervos com mais facilidade. 

No entanto, o procedimento causa efeitos colaterais como a hiperidrose compensatória, que provoca suor em outras áreas do corpo.

Botox para hiperidrose

A aplicação de Toxina Botulínica Tipo A nas áreas afetadas bloqueiam temporariamente a liberação da acetilcolina produzida pelos nervos do sistema nervoso autônomo que causam a produção excessiva de suor. 

O botox começa a agir aproximadamente 15 dias após a aplicação e o seu efeito dura cerca de 6-10 meses, exigindo uma nova aplicação após esse período.

Geralmente é indicado para tratar a hiperidrose na palma das mãos e na planta dos pés, axilas e no couro cabeludo.

Iontoforese e Laser 

A iontoforese é uma técnica menos utilizada, feita com o uso de eletrodos que geram uma corrente elétrica de baixa voltagem nas áreas de suor excessivo para diminuir a transpiração ao bloquear as glândulas.

Já o Laser utiliza a energia luminosa para diminuir o tamanho da glândula e, consequentemente, reduzir a sudorese.

Remédio para hiperidrose

Pode-se prescrever drogas sistêmicas com medicamentos de uso oral para diminuir a produção de suor.

Esses remédios para hiperidrose ou remédios para sudorese controlam o Sistema Nervoso Simpático, responsável por estimular as glândulas sudoríparas a produzir suor. 

Eles reduzem a atividade dos impulsos nervosos, como oxibutinina ou oxifenciclimina, substâncias químicas que estimulam a produção de suor.

No entanto, têm como efeito colateral a diminuição da quantidade de lágrima, urina, saliva, entre outras secreções do corpo.

Além disso, alguns remédios antidepressivos também podem ajudar a diminuir a produção de suor, pois diminuem a ansiedade que causa a hiperidrose, nos casos emocionais.

Pomada antitranspirante para hiperidrose 

Pomadas que contém glicopirrolato em sua composição podem ajudar a aliviar o suor excessivo do rosto ou do couro cabeludo.

Terapia

O tratamento com psicoterapeuta ou psicólogo pode ajudar a diminuir e/ou controlar a ansiedade e o estresse, que costumam desencadear ou até piorar os casos de hiperidrose.

O acompanhamento psicoterápico é fundamental para equilibrar a instabilidade emocional e, consequentemente, corrigir a produção excessiva de suor.

Desodorante para hiperidrose

Desodorantes antitranspirantes que contêm cloreto de alumínio podem ajudar a diminuir a hiperidrose primária. Eles devem ser aplicados antes de dormir, a fim de diminuir a produção de suor, agindo por mais tempo.

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